Parado no tempo..


Tão cansado do silencio... cansado de ver tudo a minha volta mudar, e quando olho para mim, estou parado... Parado no tempo... Perturbado por todas as más memorias que me destruíram em tempos, desaprendi todos os sentidos... deixei de pensar no que fazer a seguir, em vez de caminhar em direcção ao futuro apenas caminho ao sabor do vento, a deriva entre todos os pensamentos sem nexo que não me dão nada mais nada menos do que confusão... O tempo passa por mim e tudo muda menos o facto da solidão interior que sinto dentro de mim, passou o calor do verão... assim como a data do meu aniversário regado de lágrimas naquela noite quente de verão em que me senti tão insignificante, tão perdido em mim, passou o outono e tudo continuou igual... as folhas caíram, comecei a amadurecer, mas o meu coração tornou se duro como pedra guardado no mais profundo esconderijo selado com todas as promessas de coragem que tomei para suportar a dor, congelei a esperança e foquei-me em seguir em frente caminhando sem norte pelos caminhos incertos da sorte... Passou se o inverno e lembrei nas noites em que o frio era insignificante pois dentro de mim o calor da paixão acendia as chamas do amor, mas continuei em frente e assim me encontro sem norte... sem sorte... Não entendo o monstro que me tornei... Não sei amar, não quero sequer tentar, contradizem a vontade que tenho de gritar que quero ser feliz ao lado de alguém e dar... e receber... amor... Para quê? Se o amor é tão perfeito, algo tão belo, porque dói tanto? Não sei mais o que fazer tenho os olhos tapados e a minha boca selada para não mais pronunciar a palavra amor, quero perder me no mar, quero esquecer o passado, construir o futuro e viver o presente intensamente... sem dor... sem mais lágrimas, sem conviver com a solidão das horas em que ninguém ilumina o meu ser e me sinto perdido levado a aceitar todas as cruéis verdades que castigam cada pedaço em mim, no final não consigo ver me feliz, não consigo entender onde errei o que fiz para chegar a este ponto de desespero, a solidão é nada mais nada menos do que o meu pior castigo... Tenho apenas 18 anos mas sinto o peso do mundo nos meus ombros, como um velho de 75 anos espero pelo sentimento que não vem, esperando aproveitar a todo o custo o tempo perdido desperdiçado, quando o sofrimento assombra, a pior dor é aquela que não dói por fora mas queima... queima tão lenta e dolorosamente por dentro...

O tempo não pára... mas sinto me parado no tempo...

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