Memoria
Hoje sou aquilo que nunca fui, sou as palavras ao vento, sou o teu olhar distante... Sou aquela pedra que fica no muro e que sobrevive a cada dia superando todas as adversidades do clima mas que com o tempo perde a força e parte... Assim me tenho sentido e estou a beira de desistir... Porque me apontam o dedo quando eu nada pedi em troca, porque me compram batalhas se eu travo uma guerra ainda maior comigo mesmo, porque me deixaram tão seco tão sozinho, será muito pedir ao tempo que volte atrás e me faça sentir tão amado tão protegido e acarinhado por todos os que amo, gostava de ter coragem para por termo a isto tudo pois já nada mais faz sentido, a única coisa que preciso é ter um pouco de esperança... algo que me faça acreditar novamente, já sinto falta daquelas noites frias que me sentia tão quente por sentir paixão dentro de mim, mas não volta... não quer voltar... e eu cá fico na minha solidão, na minha confusão de pensamentos sem saber por onde seguir sem saber em quem confiar, não quero entrar nesta etapa novamente sozinho... quero partilhar com quem amo, ser testemunha de todas as memorias que levarei comigo por toda a vida, será pedir muito, não querer crescer sozinho? Será que no fundo mereço tudo o que tenho vindo a passar? Nunca irei saber talvez... Mas começo a pensar que nada faz sentido, pois eu dou tudo, sou o ombro amigo, sou aquele que está lá e sofre com o mal dos outros, mas quando o sinto.. dói.. pois sei que ninguém vai estar lá para me estender a mão... tentei manter a mascara do meu bem estar com um sorriso mas já não tenho forças.. não estou bem... não me sinto bem... sinto me sozinho, triste e abandonado. Um dia espero que alguém sinta por mim o que senti quando te tive, e que me veja como uma esperança de um final feliz. Agora sou o nada, sou o silencio nesta sala, sou as roupas deixadas no chão sou a memoria do ultimo sorriso que esbocei para ti.
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