Turbilhão...


Erguendo a cabeça, vejo o raiar do sol tão belo, sentei me na varanda sozinho a olhar o sol vermelho, senti me quente mas ao mesmo tempo senti um frio enorme percorrer me o corpo, não entendi o porquê de não ter alguém do meu lado para partilhar o café quente embrulhado na manta junto a mim, a partilhar aqueles momentos só meus que gostava de partilhar com alguém e sentir me completo, protegido, para não me sentir na minha solidão de pensamentos em que encontro tantas vezes um eu e tão raramente um nós... Cada tecla do piano a tocar na minha cabeça aquela melodia que grita o que sinto ao mundo mas que apenas eu a consigo entender, não me lembro o dia em que me perdi nem tão pouco aquele em que me encontrei novamente... ou será... que apenas me iludi que isso tinha acontecido, como posso acreditar que tudo é real quando naquela noite tão clara e aparentemente normal as luzes se apagaram o som desapareceu... e... o meu coração parou enquanto facadas frias se enterravam nele e eu gritava a pulmões cheios um grito mudo, roubaram me a vida nesse dia sujaram o meu nome... e eu morri em silencio enterrado nas paredes do meu quarto... que pareciam a única hipótese de me sentir seguro... Eram a única coisa que me fazia sentir seguro?! Sou tão frágil, em toda esta minha força aparente tantas vezes me irás ver sorrir, quando me apetece chorar... E quantas vezes dou um sorriso para que tudo fique bem, para que se esqueçam que não estou bem, e que escondo as lágrimas, mas se me olharem bem no fundo dos meus olhos... lá no fundo onde tento guardar as minhas tristezas onde guardo toda a dor das noites em que chorei por amor, quando vi a morte bem de perto, quando todos me viraram as costas, ou quando vi grandes amizades partirem para longe, e me deixaram aqui... tão frio, tão confuso... tão sozinho. Tantas vezes falo do menino feliz que já fui e que me trás lembranças quentes de como é sentir me feliz, não sei explicar o porquê de não me sentir feliz, não sei se me esqueci do significado da palavra ou se simplesmente não o mereço sentir, talvez um dia talvez nunca, mas só não queria divagar por estes meus pensamentos negros, que me preenchem de vez em quando umas vezes mais que outras, mas que me sufocam e me afogam em mágoas. Dás me tanto, e tão pouco de ti, fazes me pensar... por momentos sou feliz e esboço um sorriso para ti mas depois mudas fechas te em ti mesmo e roubas me o sorriso prometes me coisas que não consegues cumprir e fazes me sofrer... sempre sonhei desde pequeno menino e quando me prometem eu acredito, ou tenho esperanças de tal acontecer como sonhador que sou em segredo, pois nunca se dedicaram a mim de maneira especial, nunca me escreveram a mais bela sinfonia ou me demonstraram um gesto de amor puro, anseio tanto esse momento que alimento ideias de um dia ser feliz talvez seja isso que me dá forças, o acreditar, mas talvez seja hipócrita por dizer tal coisa quando por dentro quando olho sinto me destroído, arrasado vazio sem saber o porquê a espera de sarar todas as feridas que nunca irão desaparecer por si, nem mesmo o tempo as apagou. Tantas foram as lágrimas que escorreram pelo meu rosto, e tantos mais os dias de vida que perdi sem forças para me levantar sem forças para acreditar. Talvez esteja apaixonado por ti pois no meio de toda a minha tristeza quando estou contigo não me parece errado e sinto me quente... acarinhado, especialmente naquela troca de olhares em que me fazes sorrir sem palavras e eu com vergonha de aparentar ser meloso desvio o olhar com timidez, mas tenho medo de ti, medo do futuro, és um turbilhão ora me fazes sentir tão bem tão acarinhado ora me puxas para baixo, fazes me duvidar e me pedes perdão em seguida, quero que me deixes conhecer te... quero ver te de olhos fechados sentir te sem te tocar, beijar te sem respirar, ouvir te num sussurro a parte de todos os sons que existem a nossa volta, quero te muito mas tu não deixas... não cedes do teu mundo e eu cá fico magoado, triste e confuso, cá dentro fica todo o desejo e o gosto do beijo...

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