Estranho no mundo
Sou um estranho no mundo... Soltando um grito mudo te pergunto! Meu Deus, porquê? Porque me sinto desta maneira... Como um estranho no mundo, preciso de forças para acreditar pois não encontro motivos possíveis para compreender o porquê de me sentir neste limbo de emoções em que me sinto constantemente perdido no meu mundo, já ouvi de tudo na vida, pessoas que me usaram e abusaram, pessoas que simplesmente passaram a ser sombra e lembrança distante de momentos felizes que não passaram de ilusões, não entendo porque me sinto um estranho neste mundo, porque acredito em amores especiais, porque quero sempre mais e melhor, não entendo porque preciso tanto de sentir amor dentro de mim, ou talvez saiba.. Nunca o senti em toda a minha a vida e quando o senti foi por breves instantes disfarçado por distracções em criança para não ver tudo o que se passava a minha volta... Mas eu sei, sempre soube, sempre chorei no meu quarto para não entenderem a dor que sentia cá dentro por não ter uma vida semelhante à das outras crianças, não sei mais no que acreditar, não quero ser um estranho neste mundo, porque não consigo ser 'normal'? Banalizar o amor como todos fazem, achar que bom é suficiente, que o amor é um negocio de prazeres da carne e nada mais, que o romantismo é dispensável em doses elevadas, é tudo o que vejo, relações relâmpago, não mais se liga a paixão, aos encontros desmedidos em que dois se envolvem num misto inexplicável de emoções que te baralham a mente e te deixam dormente sem saber o que pensar, em que um beijo é mais do que o tocar de dois lábios sedentos de desejo, é uma marca, um selo que vai muito para alem do prazer carnal, é o selar de um sentimento que não tem nome, transcendente ao amor, é um sentimento que só duas pessoas naquele mesmo momento o sentem, e quando o sentem estará selado um compromisso eterno que os irá unir para sempre... Bonito não é? São estas pequenas coisas que acredito e que me fazem sentir um estranho num mundo que não é o meu com certeza, pois se estas lágrimas que tantas vezes me escorrem pelo rosto não significam nada... Para quê acreditar? Morrerei talvez com desejo de conhecer todas estas coisas que acredito e que me fazem sentir desta maneira, talvez seja louco, doente da alma pois são essas mesmas coisas que me fazem sentir tão sozinho neste mundo, afinal de contas no final... todos partem e eu aqui fico neste quarto vazio, devorado pelo silencio, rodeado de recordações daquilo que podia ter sido e nunca foi! Sou um estranho num mundo que nunca quis para mim, serei cego até ao dia em que conseguirei ver que talvez não fosse uma doença da alma mas sim a esperança de algo melhor. Por favor chega depressa...
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