Mágoas




Será que vale a pena continuar? Quando tudo a volta é o silencio de momentos que ficaram a meio, as frases incompletas pairadas no ar, a dor parada no tempo... Tantas noites onde este meu coração foi excluído de qualquer tipo de emoção, privado de amar... de continuar. Tudo pois o silencio domina, tenho tantas perguntas que nunca foram respondidas, tenho pena... do meu coração... e o culpado sou eu, por acreditar naquela noite em que vi quem amava adormecer nos meus braços e ficar ali a olhar desejoso de ser eu que preenchia aquela inocência e serenidade num sonho, naquele momento já tão distante senti que estava no limite de todo o meu amor, era só uma media luz e dois corpos abraçados em sintonia, era amor... Mas tudo foi em vão nunca me amaram de olhos abertos, nunca me deram a conhecer o que é o amor... E afinal de contas... para quê? É impossível conter as lágrimas quando penso nisto, a felicidade passa me ao lado sem sequer me cumprimentar, quero entender o porquê? Onde errei... O que fiz para merecer tanto desprezo, porque nunca ninguém me deu tudo aquilo que dei de mim... Naquele golpe verbal tão indecente que me matou até hoje o recordo com tanta magoa ou talvez no dia em que alguém me disse que também tinha chorado naquele beijo cinematográfico debaixo da chuva em que as lágrimas escorreram pelo meu rosto, no final de tudo isso, trocaram me, mentiram me, usaram me... Onde está o romance? O final feliz? Sentei me nos degraus sob a chuva morna de Abril e deixei que a chuva escorresse pelo meu corpo, e chorei sem que ninguém notasse, chorei as dores que sinto, não fugi da sombra apenas chorei e deixei que a chuva levasse as minhas magoas para longe... Mas nada mudou, até o meu próprio pai me deixou... Sem se despedir, sem olhar para trás.. Tão longe as lembranças de carinho que guardo e tudo continua, as vezes no silencio da noite imagino o rosto dele quando me dizia orgulhoso «és a minha vida» e no final de contas partiu... Sem nunca me ter falado em 3 anos vivendo na mesma casa, nunca me pediu perdão...Nunca me disse que se sentia eternamente culpado por ter roubado a minha infância para sempre... De me ter roubado o uncio momento em que me senti especial. São tudo lembranças negras manchadas por todas as lágrimas que derramei, por todos os ano em que tive de ter mais 20 anos dos que realmente tinha... Perdi os meus sonhos... Nunca fui amado nem vejo isso acontecer a minha volta... Deixei de acreditar na minha própria felicidade, sou um triste até a quem me quer bem pareço tratar mal sem sequer ter más intenções nos meus actos, afinal de contas no que me tornei? Nem sequer acredito mais em mim, o que faço para continuar a viver? Do que me vale ter aprendido a seguir em frente depois de tantas vezes ter caído se no final apenas alcanço a normalidade e não a minha felicidade... Chega! Matem me, julguem me... não quero mais sonhar com aquilo que não vem, não quero mais ser aquele que nem amor tem, aquele que sofre em silencio e ninguém vê, aquele sonho esquecido de alguém que um dia me sonhou no mais puro do irracional e nunca na vida me encontrou para me tomar num abraço profundo, no fundo sou mais frágil que todos as mais pequenas partículas no ar, apenas tenho medo... mas sem saber o porquê guardo o em segredo...

...um dia hei de ler num sorriso o quanto precisam do meu amor

basta acreditar....

afinal o amor sincero é aquele que não é verbalizado entre palavras ao sabor do vento...

mas sim demonstrado na inocencia de uma troca de olhares ou até num leve suave beijo...

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