Não entendo...


E é aqui neste silencio que tão bem conheço que me cerco de novo destes medos que me atormentam,
 por vezes pergunto me porque é tão difícil sermos felizes?
 Sei ser feliz à minha maneira,
 tive que aprender a fazê-lo...
 E custou,
 levou tempo...
 e existem marcas que não vão mais sarar,
  são lembranças que apesar de não estarem marcadas no corpo,
 estão marcadas na alma...
 é difícil ter um espírito sonhador num mundo dominado por banalidades,
 dominado pelo que é mais fácil,
 não importa o sentimento,
 apenas o passar,
 um passar do tempo que nem deles é,
 nem tempo chega a ser,
 é uma passagem por entre os intervalos de tempo em que não há nada para fazer...
 E depois cá ficam os que sonham com algo mais,
 talvez cliché para muitos,
 mas tudo isto cansa,
 cansa viver neste mundo onde parece que ninguém me entende,
 vou passando pela vida vivendo e aproveitando os momentos,
 mas falta sempre algo,
 esse algo que está sempre num vazio constante,
 espera algo que lhe complete aquele pedaço adormecido à espera de ser despertado,
  são meros desabafos de poeta sem caneta,
  sou talvez um poeta dos sentidos (?)
 mas estou cansado de não ser compreendido,
 de não encontrar o pedaço que falta,
 e não consigo evitar por vezes que as lágrimas me escorram pelo rosto quando todas as vozes se calam e o que resta é o medo,
 o medo do vazio.
 Gosto de ser luz na vida dos outros,
 e encontrei pessoas que emanam luz e que sei que estão lá para mim,
 são poucas... e apesar de muitas estarem menos presentes... estão lá,
 mas penso que falta o outro pilar do meu ser,
 tal como uma construção em que a sua base está desnivelada,
 o peso caí em cima dos meus ombros e nesta analogia dos sentimentos o que falta é estabilidade,
 alguém que acalme o turbilhão que sinto dentro de mim,
 que me ensine a não ter medo de saltar,
 que me mostre luz e me apoie a superar esta lacuna dentro do meu ser,
 por vezes sinto me parvo,
 a divagar nestas 'coisas' talvez sem sentido,
  coisas que não falo e que guardo para mim,
 são pedacinhos de mim,
 pequenos nós por desfazer,
 e que apesar de aparentemente não os demonstrar eles estão lá,
 na esperança que alguém me dê a mão e ajude a ir mais além,
 não culpo os demais que tentam chegar até mim e que se deslargam ou simplesmente idealizam algo em mim que não posso ser para eles,
 eu entendo os,
 porque por vezes nem eu me entendo,
 não entendo porque tudo se mantém assim,
 não entendo porque não chegas,
 não entendo,
 vou fingindo que entendo,
 até me fazeres entender...

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